ANTRA inicia primeira pesquisa sobre envelhecimento de pessoas trans no Brasil
Pesquisa “Traviarcas” foca em travestis e mulheres transexuais acima dos 45 anos, buscando mapear desafios e necessidades
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) lançou sua primeira pesquisa sobre o envelhecimento de pessoas trans, intitulada “Traviarcas”. O estudo tem como objetivo explorar as experiências, necessidades e desafios enfrentados por travestis e mulheres transexuais brasileiras a partir dos 45 anos.
A pesquisa será conduzida de forma online, através de um questionário voluntário já disponível, e também presencialmente em oficinas que serão realizadas em 15 estados brasileiros ao longo do segundo semestre de 2024, em parceria com instituições filiadas à ANTRA. As atividades presenciais proporcionarão espaços de acolhimento, trocas de experiências e escuta ativa.
O relatório resultante, “TRAVIARCAS: Diagnóstico sobre os desafios para o envelhecimento de travestis e mulheres transexuais brasileiras”, buscará analisar a situação desse grupo ao ultrapassar a expectativa de vida considerada baixa no país. O estudo abordará aspectos como acesso à educação, saúde (física, psicológica e sexual), trabalho, geração de renda, segurança pública, acesso à justiça e direitos econômicos.
Além do formulário online, a pesquisa contará com oficinas presenciais que promoverão acolhimento, troca de experiências e escuta, além da apresentação do trabalho da ANTRA. As oficinas serão conduzidas por Keila Simpson, primeira travesti brasileira a receber o título de doutora Honoris Causa pela UERJ, e Rubra Pereira de Araújo, doutora em Letras e professora na Universidade Federal de Tocantins.
Durante os encontros presenciais, também serão discutidos os direitos específicos para esse público e estratégias para superar desafios relacionados ao acesso a direitos já conquistados. Cada participante dos grupos focais receberá uma ajuda de custo.
O objetivo da pesquisa é fornecer dados que contribuam para a formulação de políticas públicas voltadas para travestis e transexuais mais velhas, expandir a rede de atuação da ANTRA no Brasil e criar uma rede de apoio para pessoas trans envelhecendo. Após a conclusão, o relatório estará disponível no site da ANTRA para acesso livre e será apresentado em Brasília em 2025.
A equipe da pesquisa inclui também Cecília Barbosa, estudante de Filosofia e bolsista PIBIC CNPq; Ronna Freitas de Oliveira, doutoranda em Letras e professora temporária na UEPG; Yara Canta, defensora dos Direitos Humanos; e Yuri Alves Fernandes, jornalista e autor de LGBT+60.